domingo, 26 de fevereiro de 2017

TERESINHA CASTRO ELIAS (Maria Eduarda)


Teresa surgiu de um “acidente”. A mãe, Inês, não estava à espera de engravidar e sempre sentiu que havia algo de errado com a filha, apesar da obstetra lhe garantir que estava tudo bem. Descobriram-no nos primeiros meses de vida, quando o pediatra achou estranho que Teresa tivesse sempre os olhos a lacrimejar e que no corpo lhe tivessem aparecido algumas pintas. Pouco tempo depois surgiu o diagnóstico: Teresa tinha Xerodermia Pigmentosa e não poderia apanhar qualquer luz do sol, sob risco de vir a desenvolver cancro. Teresa, apesar de ter consciência de que é uma criança diferente, nunca mostrou revolta ou tristeza. No seu quarto de conto de fadas, Inês conta-lhe histórias de reinos distantes e de outros mundos imaginados que ajudem a filha a proteger-se da realidade. Chama-lhe, carinhosamente, a “princesa da noite”. Teresa não vai à escola, mas é muito esperta e curiosa em relação ao mundo que a rodeia – e ao qual ela não pode aceder. Aprendeu a ler quase sozinha e faz muitas perguntas sobre tudo. Perspicaz, expressa volta e meia conclusões que deixam todos atónitos. Percebe-se que conhece muito bem os irmãos e acaba por ser uma grande ajuda para Maria, dando-lhe conselhos preciosos sobre o dia-adia naquela casa.

Sem comentários:

Enviar um comentário