Guida cresceu numa aldeia do Alentejo, numa família de poucas posses e
estudos. A mãe, doméstica e vendedora de roupa em casa, e o pai,
condutor de ambulâncias, sempre incentivaram a filha a estudar e a
procurar uma vida melhor. Desejavam que a filha entrasse em Direito e se
tornasse advogada, mas as notas de Guida só lhe permitiram entrar
em Antropologia. Vai para Lisboa com esperança de conseguir mudar de
curso, mas essa mudança nunca ocorre, e Guida não tem coragem para
continuar a receber dinheiro dos pais. Resolve então responder a um
anúncio para empregada interna numa casa da linha de Cascais. É assim
que vai parar a casa dos Elias, família pela qual se afeiçoa. Inês, ao
saber
da sua situação, incentiva-a a não desistir do curso – ainda que tenha
de o compatibilizar com as tarefas da casa. Em contrapartida, Guida
revela-se, desde logo, uma excelente empregada.
Para as 5 crianças lá de casa, Guida nunca teve tanta paciência. Nas
costas dos patrões trata-os de igual para igual, e é capaz de lhes dar
os maiores raspanetes quando os sente irresponsáveis ou mandriões. Diz
que trocou os índios que estudava na faculdade pelos “índios” que
habitam aquela casa.
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