Miquelina, a quem todos chamavam de Miquinhas, tinha alma de artista e,
ainda na adolescência, começa a conviver com artistas da Revista à
Portuguesa. A mãe preparava-a para ser uma mulher prendada, e ter um bom
casamento, mas o que Miquinhas queria mesmo era cantar e dançar nos
palcos do Parque Mayer. Um dia o pai descobre os seus interesses e
manda-a para um lar de freiras, no Norte. Miquinhas detestou a
experiência e acaba por fugir com o carteiro, um jovem comunista que
mais tarde é preso pela PIDE. Nessa altura Miquinhas vai bater à porta
do Teatro Mayer, onde não tem lugar como artista, mas é aceite como
costureira. Viaja com os artistas nas suas digressões e faz de tudo um
pouco. A sua vida deu muitas voltas. Foi cabeleireira e costureira mas
aos 60 anos acabou por ficar sozinha e sem ocupação, e começa a sofrer
de
solidão. Miquinhas resolve inscrever-se num programa de combate ao
isolamento da terceira idade – é quando lhe aparece Maria no caminho.
Miquinhas simpatiza imediatamente com ela e Maria revela-se uma ótima
companhia. Em troca do quarto, Maria ajuda Miquinhas nas limpezas e na
preparação das refeições.
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